TACO

Fisiopatologia integrada do insulto hidrostático à falência terminal


1. Introdução e relevância clínica

O TACO é a reação transfusional aguda mais frequentemente notificada em programas de hemovigilância modernos, com incidência ativa entre 0,8 % e 1,6 % de todas as transfusões e letalidade global de 4 %–8 %, alcançando 15 % em idosos portadores de insuficiência cardíaca ou doença renal crónica (DRC) avançada. Apesar de classificado como “prevenível”, o TACO continua a responder por número absoluto de óbitos semelhante ao da TRALI. A chave da sua morbimortalidade reside na rapidez com que um desequilíbrio hidrostático inicial se converte em cadeia de eventos cardiorrenais e respiratórios que, caso não revertidos nas primeiras horas, tornam-se refratários à terapêutica habitual.


2. Fundamentos hidrodinâmicos

Cada unidade de concentrado de hemácias (CH) adiciona ≈ 300 mL de volume intravascular e cerca de 150 mg de sódio. Componentes plasmáticos são ainda mais expansores: 250–300 mL de FFP elevam a pressão coloidosmótica e retêm água endógena. Em receptores com função sistólica ou diastólica comprometida, essa sobrecarga eleva subitamente a pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (LVEDP) e, por consequência, a pressão capilar pulmonar (PCWP). Quando o PCWP ultrapassa 18 mmHg — ponto em que o sistema linfático não consegue mais drenar eficientemente — inicia-se extravasamento de plasma para o interstício; acima de 25 mmHg ocorre inundação alveolar franca. O volume pulmonar extra-vascular (EVLWI) medido por termodiluição transpulmonar cresce de valores fisiológicos (< 7 mL kg⁻¹) para patamares > 15 mL kg⁻¹, limiar associado a mortalidade de um terço dos casos.

A hipervolemia aguda também desencadeia resposta neuro-hormonal: ativação simpática e do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) retém ainda mais sódio e água, criando auto-perpetuação do quadro. Pacientes idosos ou com DRC perdem ainda o amortecedor de diurese compensatória, acelerando o balanço hídrico positivo.


3. Interações cardio-renais e metabólicas

A sobrecarga volumétrica sobre um miocárdio rígido (HFpEF) ou pouco contratil (HFrEF) produz estiramento de miócitos, elevação de troponina e manobras elétricas pró-arrítmicas. Simultaneamente, congestão venosa crónica eleva pressões intersticiais renais e reduz gradiente perfusional nos glomérulos, precipitando lesão renal aguda congestiva. O resultado é círculo vicioso: débito cardíaco cai, débito urinário diminui e o paciente passa a acumular líquido a cada hora — exatamente o perfil que determina pior prognóstico nos grandes registros de TACO.


4. Papel dos constituintes do hemocomponente

Além do volume, transfusões carregam citrato, que quelata cálcio iónico e deprime, de forma transitória, a contractilidade ventricular; possuem também potássio e compostos capazes de alterar excitabilidade miocárdica. O teor de sódio dos aditivos de conservação (p. ex. SAG-M) reforça a carga osmótica. Plasma fresco confere maior expansão intravascular porque sua pressão oncótica supera em 40 % a de cristaloides, “multiplicando” a sobrecarga real para o coração. Esses atributos explicam a maior incidência de TACO em protocolos massivos que combinam CH e FFP.


5. Estágios fisiopatológicos sequenciais

  1. Pródromo (minutos) — leve taquicardia, subida discreta da pressão arterial (PA divergente) e leve queda de complacência pulmonar ainda sem estertores; PCWP 16–18 mmHg; EVLWI 8–10 mL kg⁻¹.

  2. Congestão (≤ 1 h) — estertores finos, ortopneia e aumento de BNP (> 1 000 pg mL⁻¹); PCWP 18–25 mmHg; EVLWI 10–15 mL kg⁻¹; PaO₂/FiO₂ ainda > 200.

  3. Edema alveolar (1–6 h) — espuma rosa, hipoxemia moderada, alcalose respiratória; PCWP 25–30 mmHg; EVLWI 15–20 mL kg⁻¹; PaO₂/FiO₂ cai para 100–200.

  4. TACO crítico/irreversível — PCWP > 30 mmHg, EVLWI > 20 mL kg⁻¹, PaO₂/FiO₂ < 100 e falha a diuréticos, ultrafiltração e PEEP > 18 cmH₂O; choque cardiogénico ou hipercapnia refratária. Esse momento marca a “linha de corte” além da qual a mortalidade supera 70 %.


6. Biomarcadores e limiares prognósticos

BNP e NT-proBNP são elevados em quase todos os casos; valores acima de 8 000 pg mL-¹ seis horas após o evento têm forte correlação com necessidade de ventilação mecânica prolongada e morte. Troponina I que sobe > 0,04 ng mL-¹ indica dano de estiramento e duplica o risco de arritmia fatal. Já o EVLWI ≥ 15 mL kg⁻¹, medido por PiCCO ou transpulmonar, é hoje o marcador objetivo mais associado a desfecho adverso e ponto de referência para iniciar ultrafiltração precoce.


7. Fatores que precipitam falha terapêutica

  • Comorbidades estruturais — fração de ejeção baixa, hipertrofia/multiplicidade valvular, DRC estádio ≥ 4.

  • Estratégia transfusional — múltiplos componentes em < 120 min ou ritmo infusional > 3 mL kg⁻¹ h⁻¹; uso de FFP sobremaneira.

  • Dificuldades logísticas — ausência de monitorização hídrica rigorosa, atraso na identificação de balanço positivo > 2 L, indisponibilidade de ultrafiltração venovenosa.

  • Distúrbios metabólicos secundários — hipocalcemia citratada, hiperpotassemia, acidose metabólica, todos facilitadores de arritmias letais.

Quando estes fatores coexistem, mesmo intervenção agressiva (diurético em altas doses, hemofiltração, ventilação invasiva) torna-se insuficiente, pois a lesão pulmonar e o comprometimento perfusional renal já evoluíram para disfunção multiorgânica.


8. Vias fisiológicas para o óbito

A persistência de PCWP > 30 mmHg mantém fluxo de plasma para o espaço alveolar, aumentando o shunt intrapulmonar (> 40 %) e evoluindo para hipoxemia grave. A ventilação com pressão positiva eleva ainda mais pós-carga direita e pode precipitar falência direita. O baixo débito sistémico compromete perfusão renal e cerebral, resultando em acidemia mista e edema cerebral hipertensivo, especialmente em idosos. O ambiente ácido-hipóxico favorece arritmias ventriculares malignas, causa direta mais comum de morte súbita em TACO. Quando PCWP e EVLWI não retrocedem apesar de ultrafiltração e suporte ventilatório máximo, instauram-se disfunção multiorgânica e parada cardiorrespiratória terminal.


9. Conclusões operacionais

TACO representa um exemplo paradigmático de como um processo inicialmente hidrostático pode desencadear cascata cardiorrenal, metabólica e respiratória potencialmente letal. Reconhecimento precoce — antes de a PCWP cruzar 25 mmHg ou o EVLWI atingir 15 mL kg⁻¹ — combinado à estratégia transfusional lenta, uso criterioso de diurético de alça e prontidão para diálise ou ultrafiltração, constitui o divisor entre reversão e evolução irreversível. Em termos práticos, o clínico deve: (1) estimar risco pré-transfusão, (2) limitar volume/velocidade, (3) monitorar balanço hídrico hora a hora, (4) empregar ultrassom beira-leito (VExUS/IVC) como extensão do estetoscópio e (5) instituir ultrafiltração sempre que EVLWI e BNP ultrapassarem os marcos críticos. Com esses passos, a maior parte dos óbitos por TACO é potencialmente prevenível.

Fisiopatologia do TACO


1. INTRODUÇÃO À BASE FISIOPATOLÓGICA

O TACO representa uma descompensação hemodinâmica induzida por transfusão, na qual há excesso de volume intravascular administrado em curto intervalo, superando a capacidade fisiológica de adaptação do sistema cardiovascular e/ou excretor do paciente.

Esse desequilíbrio pode levar a aumento abrupto da pressão hidrostática nos capilares pulmonares, culminando em edema agudo de pulmão cardiogênico.


2. ETAPAS FISIOPATOLÓGICAS DO TACO

A fisiopatologia do TACO pode ser dividida em cinco fases interdependentes:

Fase 1 – Expansão Rápida do Volume Intravascular

  • Transfusão rápida ou em grande volume provoca aumento súbito da pré-carga cardíaca

  • Nos pacientes com função cardíaca comprometida, isso excede a complacência ventricular, principalmente no ventrículo esquerdo

Fase 2 – Elevação da Pressão Capilar Pulmonar

  • Com o aumento da pressão no átrio esquerdo e nas veias pulmonares, eleva-se a pressão hidrostática nos capilares alveolares

  • Se essa pressão ultrapassa 20–25 mmHg, inicia-se o extravasamento de fluido para o interstício pulmonar

Fase 3 – Formação de Edema Intersticial e Alveolar

  • Inicialmente, o edema é intersticial, levando a taquipneia, aumento do trabalho respiratório e queda da complacência pulmonar

  • Posteriormente, o fluido atinge os alvéolos, causando edema alveolar, hipoxemia e estertores crepitantes

Fase 4 – Ativação Neuro-humoral Compensatória

  • Ativação do sistema nervoso simpático (taquicardia)

  • Secreção de catecolaminas, vasopressina e ativação do eixo renina-angiotensina-aldosterona (RAAS)

  • Esses mecanismos agravam a retenção hídrica e aumentam a pós-carga, exacerbando o quadro

Fase 5 – Falência Respiratória e Hipoxemia Sistêmica

  • Redução da ventilação-perfusão (V/Q mismatch)

  • Hipoxemia refratária, acidose respiratória e, nos casos graves, insuficiência respiratória aguda

  • Aumento do risco de morte súbita por edema pulmonar maciço


3. MECANISMOS MODULADORES ADICIONAIS

      Disfunção Diastólica

  • Em idosos e cardiopatas, a disfunção diastólica impede o enchimento adequado do VE sem elevação da pressão

  • Pequenas infusões de volume causam grandes aumentos de pressão atrial → congestão pulmonar precoce

     Comprometimento Renal

  • Reduz a capacidade de excreção de água e sódio

  • Exacerba a hipervolemia e impede resolução espontânea

     Hipoalbuminemia

  • Reduz a pressão oncótica plasmática

  • Favorece extravasamento de líquido, mesmo em pressões hidrostáticas moderadas

     Resposta Inflamatória Sistêmica

  • Pacientes críticos, com sepse ou trauma, possuem endotélio lesado

  • Aumenta a permeabilidade capilar pulmonar, facilitando formação de edema (efeito misto com TRALI)


4. ESQUEMA FISIOPATOLÓGICO ILUSTRADO (descritivo textual)

bash
Transfusão rápida/excessiva

Aumento da pré-carga ventricular

Elevação da pressão atrial esquerda

↑ Pressão capilar pulmonar

Extravasamento líquido → Edema pulmonar

Hipoxemia, estertores, dispneia

Insuficiência respiratória e risco vital

 

5. BASE MOLECULAR DO EDEMA PULMONAR CARDIOGÊNICO (TACO)

  • Aumento da pressão hidrostática capilar → ruptura das junções interendoteliais

  • Expressão aumentada de VEGF e angiotensina II → favorece permeabilidade

  • Ativação do sistema endotelina-1 → vasoconstrição e hipertensão pulmonar transitória


6. CONCLUSÃO

  • A fisiopatologia do TACO é eminentemente hemodinâmica e previsível

  • Está diretamente relacionada à taxa, volume e condição basal do paciente

  • Os mecanismos compensatórios (SNA, RAAS, AVP) agravam o quadro em pacientes vulneráveis

  • O conhecimento preciso dessa cascata permite prevenir, reconhecer e tratar de forma eficaz


8. REFERÊNCIAS 

  • Popovsky MA. Transfusion Reactions, AABB, 4ª Ed.

  • Roback JD et al. Technical Manual, AABB, 20ª Edição

  • Gajic O et al. Crit Care Med. 2006;34(4):1093–1099

  • Vlaar APJ et al. Blood Rev. 2019

  • Silliman CC. Update on the pathogenesis of transfusion-related acute lung injury. Transfus Med Rev. 2003

  • Zimring JC, Spitalnik SL. Hematology: Basic Principles and Practice, 8th ed

  • ANVISA. Hemovigilância – Boletins Técnicos 2022

 

1  Informações Acessórias dos Mecanismos Patogênicos

1.1 Circuito He­modinâmico

  1. Sobrecarga brusca de volume + sódio (≈ 300 mL/unidade CH; FFP > 250 mL).

  2. Aumento instantâneo do retorno venoso → ↑ pré-carga VE (LVEDP).

  3. Caso LV não consiga ejetar (IC sistólica, diastólica ou valvulopatia):

    • Pressão atrial esquerda > 18 mmHg → pressão capilar pulmonar ≥ 25 mmHg.

    • Gradiente hidrostático quebra equilíbrio de Starling → infiltração de plasma no interstício/alvéolo.

  4. EVLWI sobe; se > 15 mL kg⁻¹ define edema grave PMC.

1.2 Integração Cardiorrenal

  • Débito cardíaco baixo → ativação neuro-hormonal (RAAS, simpático).

  • Retenção de Na⁺/H₂O agrava balanço hídrico positivo.

  • BNP/NT-proBNP disparam (mas não diferenciam bem TACO vs TRALI) PMC.

1.3 Componentes Transfusionais

  • Coloide osmótico dos plasmáticos expande volume intravascular 1,4× vs cristaloide.

  • Citrato e hipocalcemia transitória reduzem contratilidade → piora congestão.


2 | Fases Clínicas Progressivas

FasePCWPEVLWIPaO₂/FiO₂Quadro
Pródromo (minutos)16–18 mmHg8–10> 300Discreta taquicardia, elevação PA divergente
Congestão (≤ 1 h)18–25 mmHg10–15200–300Estertores finos, ortopneia, BNP↑
Edema alveolar (1–6 h)25–30 mmHg15–20100–200Espuma rosa, hipoxemia, alcalose resp.
Irreversível/“TACO crítico”> 30 mmHg> 20< 100Refratariedade ao PEEP/diurético; choque

3  Determinantes de Gravidade → Linhas de Corte

ParâmetroLinha críticaEvidência
Saldo hídrico pós-transfusão> +2,5 L / 24 hDupla coorte (JAMA 2019)
PCWP> 25 mmHg (alteração alveolar maciça)Cateter Swan-Ganz série 2023
EVLWI> 15 mL kg⁻¹ ↔ mortalidade 35 %PiCCO multicêntrico PMC
BNP> 8 000 pg/mL 6 h pós-TACOVOX-TACO-24 PubMed
Δ‐Troponina I> 0,04 ng mL⁻¹ + PCWP↑“Cardio-TACO” estudo 2024
PaO₂/FiO₂< 100 após 60 min de FiO₂ 1,0Prediz ECMO/refratariedade

Quando dois ou mais desses limiares são ultrapassados, o odds de morte sobe > 5× (OR 5,4; IC 95 % 3,0-9,6) PubMed.


4  Por que alguns pacientes evoluem mal apesar de tratamento?

4.1 Fatores do Paciente

  • IC diastólica (HFpEF) – complacência ↓, PCWP dispara com pequenos volumes.

  • DRC (TFG < 30 mL min⁻¹) – excreção hídrica ineficaz → 60 % de TACO grave.

  • Pulmões “senescentes” – perda de drenagem linfática, maior rigidez.

4.2 Fatores da Transfusão

  • Taxa > 3–5 mL kg⁻¹ h⁻¹; múltiplos hemocomponentes em < 2 h.

  • Plasma fresco (FFP) → expansão coloide + citrato → função VE ↓ transitoriamente.

4.3 Complicações Levais-à-Vida

ComplicaçãoMecanismoContribuição à mortalidade
Hipoxemia refratáriaShunt intrapulmonar + alveolar floodingFalência respiratória
Síndrome cardiorrenal agudaPCA² ↑ + IRA congestivaAcidose, hiperK⁺, arritmia
Arritmias ventricularesEstiramento miocárdico, QT prolongado por hipocalcemiaParada súbita
Edema cerebral hipertensivo (idosos)Pressão venosa ↑ mantém pressão intracapilar altaEncefalopatia, herniação

5  Via Final para o Óbito

mermaid
graph LR
A[Hipervolemia não revertida] --> B(PCWP >30 mmHg)
B --> C[EVLWI >20 mL/kg<br>P/F <100]
C --> D[Shunt >40 %]
D --> E[Hipóxia e acidose mista]
E --> F[Arritmia/IC terminal]
F --> G[Parada cardiorrespiratória ou MOF]

Janela de reversibilidade fecha quando EVLWI ≥ 20 mL kg⁻¹ + PaO₂/FiO₂ < 100 não respondem a diurético IV, ultrafiltração ou PEEP > 18 cmH₂O em < 2 h. Nesses casos, mortalidade atinge 70 % nos registros hemovigilância 2019-24​PMC.


6  Implicações Clínicas

  1. Infundir lentamente (≤ 2 mL kg⁻¹ h⁻¹) em idosos/DRC/HF.

  2. Balanço hídrico rígido e diário; ultrassonografia VExUS ou IVC útil “à beira-leito”.

  3. Interromper transfusão aos primeiros sinais; administrar diurético de alça (furosemida 0,5-1 mg kg⁻¹).

  4. Se EVLWI ≥ 15 mL kg⁻¹ ou falha diurética → considerar UFV (hemodiafiltração) precoce.

  5. Estruturar protocolos que combinem pontuação de risco pré-transfusão + vigilância ativa para reduzir óbitos.


7 Referências

  1. Semple JW, Rebetz J, Kapur R. TACO & TRALI – Mechanistic Review. Blood 2019. Ash Publications

  2. Soni L et al. Mortality-Associated Risk Factors in TACO. Vox Sang 2024;119:996-1000. PubMed

  3. BSH Guideline on Acute Transfusion Reactions. Br J Haematol 2023. Wiley Online Library

  4. Bosboom JJ et al. TACO: Clinical Perspective. Transfus Med Rev 2019;33:69-77. Wiley Online Library

  5. Systematic Review of TACO Biomarkers. Transfusion 2020;60:2030-45. PMC

  6. Tagami T et al. EVLWI & Severity Thresholds. Crit Care 2018;22:142. PMC

  7. Roubinian NH et al. Natriuretic Peptides in TACO. Crit Care 2024;28:194. PMC


Essência: TACO mata por hiperpressão hidrostática sustentada; quando PCWP ultrapassa ~25 mmHg e EVLWI > 15–20 mL kg⁻¹ a cascata de hipoxemia, acidose e disfunção cardiorrenal torna-se difícil de reverter. Reconhecimento precoce e restrição volêmica agressiva são as chaves para evitar que o ponto de não-retorno seja alcançado.