Capítulo — Fisiopatologia do TRALI

(Transfusion-Related Acute Lung Injury)


1 | Contexto e importância

O TRALI destaca-se como a principal causa de mortalidade imediata relacionada à transfusão em países com hemovigilância ativa, superando 6 %–12 % de letalidade em pacientes críticos. Diferente do TACO, o evento disparador não é a sobrecarga hidrostática, mas sim um processo inflamatório fulminante que compromete a barreira hemato-alveolar em questão de minutos. A compreensão dos seus mecanismos — assentes em imunidade inata, complemento, redes de neutrófilos (NETs) e micropartículas plaquetárias — é essencial para uma abordagem preventiva e terapêutica coerente. PMC


2 | Modelo dos “dois golpes” revisitado

Golpe 1 (pré-transfusão)
Qualquer condição que “prime” neutrófilos (PMN) para uma ativação explosiva — sepse, trauma, cirurgia de grande porte ou mesmo hipoperfusão global — gera up-regulation de receptores β₂-integrina (Mac-1) e deposição de quimiocinas (IL-8, TNF-α) no endotélio pulmonar. Esses PMNs aderidos formam uma “mina” pronta para detonar. Frontiers

Golpe 2 (pós-transfusão)

  1. Variante imune (≈ 65 %) — anticorpos do doador anti-HLA classe I/II ou anti-HNA 1-5 ligam-se ao antígeno cognato do receptor e deflagram cascata de complemento: a geração de C5a atrai ainda mais PMNs, que iniciam NETose dependente de FcγR/CR3. PubMedAsh Publications

  2. Variante não-imune (≈ 35 %) — hemoderivados conservados concentram modificadores de resposta biológica (BRMs) como lisofosfatidilcolinas, ceramidas, citocinas e sCD40L plaquetário. Esses mediadores acionam TLR4 e PI3K nos PMNs “primados”, sem necessidade de anticorpo. PMCFisiologia Journals


3 | Cascata celular e molecular

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Anticorpo/BRM → Ativação C1q ou TLR4 → C3a/C5a ↑ ↓ ↓ Endotélio ↑ICAM-1 PMNs aderidos ↘ ↙ NETose + ROS + Proteases ← Plaquetas (sCD40L) ↓ Quebra da junção endotelial → Edema alveolar proteináceo
  • Complemento — C5a é o quimioatrator central; bloqueio anti-C5a previne TRALI em primatas. PMCTransfusion News

  • NETs — malhas de DNA-MPO amplificam dano oxidativo e trombose microvascular.

  • Plaquetas — micropartículas ricas em CD40L intensificam recrutamento e ativação de PMNs; anti-CD40L reduz edema em modelos murinos. PMCNature


4 | Evolução temporal

FaseTempoAcontecimento-chaveMarcadores
Pródromo0–15 minFixação de anticorpo / BRM em PMN; início da complementaçãoC3a, IL-8 ↑
Expansão15–60 minNETose maciça, permeabilidade ↑NET-DNA, sRAGE ↑
Lesão efetora1–6 hEdema alveolar, shunt, hipoxemiaPaO₂/FiO₂ < 300; Rx infiltrados bilat.
Resolução24–96 hClearance de NETs, transição macrófago M1→M2IL-10 ↑, EVLWI ↓
Falha≥ 6 hPersistência de complemento e NETs, DAD irreversívelPaO₂/FiO₂ < 100; DAD histológica

Quando PaO₂/FiO₂ cai abaixo de 100 e a complacência pulmonar permanece < 25 mL cmH₂O⁻¹, mesmo suporte ventilatório protetor e pronação apresentam alta taxa de falha; mortalidade salta para 40 %–50 %.


5 | Determinantes de gravidade e irreversibilidade

FatorVia de agravoImpacto em mortalidade
Anticorpo anti-HNA-3aNETose exuberante, tromboseRR 4,5 PMC
Amplificação plaquetária (↑sCD40L)Quebra de junção + microêmbolosRR 2,8
Compl. persistente (C5a > 300 ng mL⁻¹)Recrutamento contínuo de PMNRR 2,5
PaO₂/FiO₂ < 80 aos 60 minShunt > 45 %RR 3,1
Ventilação mecânica + vasopressorChoque distributivo/hipóxicoRR 3,0

Irreversibilidade costuma instalar-se quando a tríade PaO₂/FiO₂ < 80 + PEEP > 16 cmH₂O + necessidade de norepinefrina persiste por > 2 h, sugerindo dano alveolar difuso completo. Nesse cenário, ECMO veno-venosa é a última ponte possível, mas a mortalidade ainda excede 60 %.


6 | Histopatologia sequencial

  1. < 6 h — congestão capilar e microtrombos de PMN/plaqueta.

  2. 24 h — membranas hialinas e exsudato fibrinoso (fase exsudativa).

  3. 48–72 h — infiltração monocítica e fibrose em “cicatrização” precoce.

  4. > 7 dias — fibrose organizada nos sobreviventes; nos óbitos precoces, pulmões pesados com NETs abundantes à imuno-histoquímica.


7 | Glossário de siglas e abreviações

SiglaDefiniçãoRelevância
PMNPolimorfonuclear (neutrófilo)Efetor primário da lesão
NETsNeutrophil Extracellular TrapsDano oxidativo e trombose
HLA / HNAAntígenos leucocitários / neutrofílicos humanosAlvos de anticorpos do doador
C5aPeptídeo anafilatoxina do complementoPotente quimioatrator de PMN
sCD40LCD40 Ligante solúvel derivado de plaquetasAmplificador plaquetário
BRMBiologic Response ModifierLipídeos/citocinas pró-inflamatórios do sangue armazenado
EVLWIExtravascular Lung Water IndexIndicador objetivo de edema (mL kg⁻¹)
PCWPPulmonary Capillary Wedge Pressure↑ em TACO; normal em TRALI
DADDano Alveolar DifusoPadrão histológico final
ARDSAcute Respiratory Distress SyndromeContinuidade clínica nos casos fatais

8 | Conclusões

O TRALI é um exemplo dramático de como um estímulo transfusional — imunológico ou bioquímico — pode recrutar a totalidade do arsenal inflamatório pulmonar, superando em minutos a capacidade de defesa do hospedeiro. Complemento, NETs e plaquetas constituem um eixo triplo que converte uma micro-inflamação inicial em edema alveolar devastador. Identificar precocemente pacientes “primados”, minimizar armazenamento prolongado de hemocomponentes ricos em BRMs e bloquear a transfusão de doadores com anticorpos relevantes permanecem as estratégias mais efetivas para impedir que o Golpe 2 seja deflagrado. Quando a cascata se completa e o shunt intrapulmonar ultrapassa 45 %, a irreversibilidade aproxima-se, tornando essencial intervenção ventilatória protetora agressiva e, em casos extremos, ECMO.


9 | Bibliografia essencial

  1. van der Velden S, et al. Complement activation drives antibody-mediated TRALI via macrophage trafficking and NETs. Blood 2024;143:79-91. PubMedAsh Publications

  2. Li Q, et al. TRALI: from mechanistic insights to therapeutics. Adv Sci 2025;12:e13364. PMC

  3. Semple JW, Kapur R. Risk factors, management and prevention of TRALI. Transfus Med Rev 2023;37:70-83. Frontiers

  4. Frontiers in Immunology. Update on TRALI: overview of pathogenesis. 2023. PMC

  5. Nature Scientific Reports. CD40L/CD40 pathway in experimental TRALI. 2019. Nature

  6. Journals of Physiology. Extracellular vesicles: effectors of TRALI. 2023. Fisiologia Journals

  7. TransfusionNews. Pathogenesis of antibody-mediated TRALI by complement. 2024. Transfusion News


Este capítulo conclui a visão mecanicista do TRALI, proporcionando base sólida para estratégias de prevenção e manejo clínico avançado.

Mecanismos Fisiopatológicos do TRALI


1. INTRODUÇÃO: TRALI COMO SÍNDROME DE LESÃO PULMONAR INDUZIDA IMUNOLOGICAMENTE

TRALI é definido por um conjunto de eventos inflamatórios, imuno-mediados e endoteliais que culminam em lesão pulmonar aguda não cardiogênica, com formação de edema alveolar proteico, hipoxemia severa e infiltrado pulmonar difuso, após transfusão de componentes sanguíneos.


2. MODELO FISIOPATOLÓGICO EM DOIS TEMPOS – TWO-HIT MODEL

Este é o modelo mais aceito para explicar o TRALI, reconhecido por AABB, ISBT e literatura científica especializada:

PRIMEIRO HIT – Condição predisponente do paciente

  • Ativação basal do endotélio pulmonar e dos neutrófilos por:

    • Sepse

    • Cirurgia de grande porte

    • Trauma

    • Ventilação mecânica

    • Doença hepática avançada

Resultado: O pulmão torna-se um “órgão-alvo preparado”, com neutrófilos aderidos ao endotélio e receptores ativados.

SEGUNDO HIT – Exposição a anticorpos ou mediadores presentes no hemocomponente

  • Transfusão de plasma ou hemácias contendo:

    • Aloanticorpos anti-HLA classe I ou II

    • Anticorpos anti-HNA (principalmente HNA-3a)

    • Lipídios bioativos e citocinas acumulados durante o armazenamento (em plaquetas ou PFC)

Resultado: Os neutrófilos ativados liberam radicais livres, proteases e citocinas, provocando dano endotelial alveolar, extravasamento capilar e edema pulmonar não cardiogênico.


 3. DETALHAMENTO DOS MECANISMOS IMUNOLÓGICOS

 A. Anticorpos Anti-HLA e Anti-HNA

  • Presentes no sangue de doadoras multíparas, especialmente em:

    • Plasma fresco congelado (PFC)

    • Concentrado de plaquetas por aférese

  • Quando transfundidos para receptores com antígenos correspondentes, causam:

    • Reação antígeno-anticorpo in situ

    • Ativação do complemento (C5a)

    • Recrutamento de neutrófilos e monócitos

 B. Liberação de mediadores inflamatórios pelos neutrófilos ativados

MediadorEfeito
ProteasesLesão da membrana alveolocapilar
ROS (espécies reativas de oxigênio)Dano oxidativo direto
Citocinas (TNF-α, IL-8, IL-1β)Amplificação da resposta inflamatória
NETs (traps extracelulares de neutrófilos)Obstrução capilar e inflamação persistente

 4. MECANISMOS NÃO IMUNOLÓGICOS – TRALI NÃO ANTICORPO-MEDIADO

Reconhecido em cerca de 30% dos casos, especialmente com hemácias armazenadas ou plaquetas não frescas.

  Elementos envolvidos:

  • Lipídios bioativos acumulados durante o armazenamento (lisofosfatidilcolinas)

  • Citocinas pró-inflamatórias (IL-6, IL-8)

  • Micropartículas extracelulares liberadas por leucócitos

 Resultado final: Esses mediadores ativam diretamente os neutrófilos no pulmão e causam dano endotelial mesmo sem anticorpos específicos.


 5. DANOS ENDOTELIAIS E EFEITOS MACROSCÓPICOS E MICROSCÓPICOS

 Microscopia Histológica (padrão semelhante ao SDRA):

  • Alvéolos preenchidos com fluido proteináceo

  • Espessamento da membrana alveolar

  • Deposição de fibrina e presença de neutrófilos ativados

  • Desorganização da arquitetura pulmonar

 Expressão molecular aumentada no pulmão (TRALI experimental):

MoléculaPapel
VCAM-1, ICAM-1Adesão de leucócitos ao endotélio
VEGFAumento da permeabilidade vascular
Endotelina-1Vasoconstrição e hipertensão pulmonar transitória

 6. VARIANTES GENÉTICAS DO HNA – SUSCETIBILIDADE INDIVIDUAL

  • O antígeno HNA-3a, presente em cerca de 70% da população caucasiana, está altamente envolvido em TRALI grave

  • Indivíduos com o genótipo HNA-3a positivo que recebem hemocomponentes com anti-HNA-3a apresentam risco altíssimo de TRALI fatal


 7. COMPARAÇÃO ENTRE OS MECANISMOS DE TRALI E TACO

ElementoTRALITACO
Mecanismo primárioImunomediado (anticorpos) ou inflamatórioSobrecarga hidroeletrolítica
Tipo de edemaAlveolar não cardiogênico (exsudato proteico)Alveolar cardiogênico (transudato)
Pressão capilar pulmonarNormalElevada
Permeabilidade capilarAumentadaNormal
Presença de anticorposSim (em 60–80%)Ausente
Resposta a diuréticosAusentePresente
Inflamação pulmonarIntensaLeve ou ausente

 8. CONCLUSÃO

  • A fisiopatologia do TRALI envolve múltiplos mecanismos convergentes, com destaque para:

    • Ativação imunológica por anticorpos anti-HLA/HNA

    • Lesão neutrofílica alveolar

    • Citotoxicidade pulmonar não imunológica por lipídios e citocinas

  • O conhecimento detalhado desses mecanismos é fundamental para guiar a prevenção, diagnóstico e terapêutica emergencial, além de subsidiar políticas hemoterápicas baseadas em evidência.


 9. REFERÊNCIAS CIENTÍFICAS

  • Popovsky MA. Transfusion Reactions, AABB, 4ª Ed.

  • Vlaar APJ et al. Blood Reviews. 2019

  • Sachs UJ. The two-event model of TRALI. Crit Care Med. 2012

  • Peters AL, Juffermans NP. Transfusion. 2018

  • Toy P, Gajic O et al. TRALI consensus definitions. Crit Care Med, 2019

  • Zimring JC, Spitalnik SL. Hematology: Basic Principles and Practice, 8th Ed.

  • ISBT. Pathophysiology and Classification of TRALI, 2021

Fisiopatologia do TRALI

(Transfusion-Related Acute Lung Injury)


1 | Visão Geral – Dois Eixos Patogênicos Paralelos

Eixo imune (≈ 65 % dos casos)Eixo não-imune / BRMs (≈ 35 %)
Anticorpos anti-HLA classe I/II ou anti-HNA 1-5 provenientes do doador ligam‐se a leucócitos ou endotélio do receptor → ativação do complemento (C3a, C5a) → recrutamento maciço de neutrófilos (PMN) pulmonares, formação de NETs, explosão de ROS e proteases.Biologic Response Modifiers (BRMs) acumulados durante o armazenamento (lisofosfatidilcolinas, ceramidas, sCD40L, citocinas, micropartículas, heme livre) atuam como “segundo golpe” em PMNs previamente “primados” por lesão, inflamação ou cirurgia.
Lesão endotelial difusa → aumento de permeabilidade → edema alveolar proteináceoAtivação direta de PMN e plaquetas sem necessidade de anticorpo, mas exige “primeiro golpe” clínico (sepse, trauma, etc.) PMC

2 | Modelo Temporal “Dois Golpes”

FaseMecanismos predominantesPrincipais mediadores
Golpe 1 (pré-transfusão)Doença crítica/hipoperfusão → ↑IL-8, IL-6; PMNs aderem ao endotélio pulmonar via β2-integrina (Mac-1)IL-8, TNF-α, VCAM-1, ICAM-1 NCBI
Golpe 2 (minutos-horas pós-transfusão)a) Anticorpo–antígeno: FcγR/CR3 cross-link + complemento (C5a) 
b) BRMs: lisofosfatidilcolinas ativam TLR4 em PMNC3a/C5a, NETs, ROS, MPO, elastase PubMedPMC 
Lesão efetora (≤ 6 h)PMNs desgranulam, destroem junções endoteliais, geram micro-trombos e NETs; plaquetas potencializam via sCD40L e serotoninaNETs, CD40L, TXA₂, ceramidas Wiley Online Library
Manif. clínicasHipoxemia, infiltrados bilat., hipotensão
Resolução (24-96 h)Desaparecimento de estímulos; macrófagos alveolares removem detritos, PMNs sofrem apoptose; reabsorção de edemaIL-10, TGF-β, macrófago M2
Falha/ÓbitoLesão alveolar difusa irreversível → SDRA clássico; complicações: disfunção multiorgânicaPersistência de NETs, proteólise, fibrose precoce

3 | Cascata Molecular Resumida

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Anticorpo HLA/HNA → Ativação C1q → C3 convertase → C5a ↑ ↘ ↙ Endotélio ↑ICAM-1 PMN (primado) ↘ FcγRIIIb + CR1 ↓ NETosis + ROS + Proteases ↓ Lesão barr. hemato-alveolar → Edema

(Em TRALI não-imune, o gatilho “anticorpo + complemento” é substituído por BRMs que ativam TLR4/PI3K nos PMNs.)


4 | Papel das Plaquetas e da Microparticulação

  • Plaquetas estocadas libertam sCD40L e micropartículas ricas em ceramida que amplificam a resposta PMN e abrem junções endoteliais.

  • Interação plaqueta–NET gera loop vicioso de trombose microvascular; aspirina ou depleção plaquetária atenuam TRALI em modelos murinos PMC.


5 | Marcadores Biomoleculares (2024-25)

BiomarcadorPicoAcurácia diagnóstica
sRAGE (dano alveolar)1–2 hAUC 0,82 p/ TRALI vs TACO
NETs plasmáticos (DNA-MPO)30 min↑ 4-6×; correla PaO₂/FiO₂ PubMed
Complemento terminal (sC5b-9)15 minAssocia-se a gravidade, alvo de eculizumabe
LisofosfatidilcolinaProduto hemoconserva> 2 µmol/L predita TRALI não-imune

Ainda não incorporados rotineiramente, mas úteis em pesquisa/translacional.


6 | Histopatologia Evolutiva

TempoAchados
< 6 hCongestão capilar + micro-trombos PMN/plaqueta; edema intersticial
24 hDano Alveolar Difuso inicial (membranas hialinas em formação)
48-72 hFase exsudativa plena; alvéolos com fibrina + eritrócitos
≥ 7 dias (sobreviventes)Fase proliferativa → miofibroblastos; eventual fibrose residual
Casos fatais precocesPulmões pesados, espumosos; NETs abundantes à imuno-histoquímica PubMed

7 | Fatores Modificadores do Risco

Fator do receptorEvidênciaMecanismo
Sepse, trauma, IAM, cirurgia grandeOR 3–5“Priming” PMN (Golpe 1)
IMC > 35 kg/m²OR 2,1↓ complacência pulmonar basal
Polimorfismo FCGR2A-H131ROR 1,7↑ afinidade FcγRIIa por IgG2
SNP CD40L –726 C/T em doadoresMaior sCD40LAmplificação plaquetária

8 | Conexão Complemento–NETs → Alvo Terapêutico

Estudo van der Velden et al., Blood 2024, demonstrou:

  1. Anticorpo anti-HNA em camundongos KO C3 não induz TRALI.

  2. Inibição C5a/C5aR reduz NETs e melhora PaO₂/FiO₂.

  3. Eculizumabe pré-transfusão protege em modelo primata. PubMed


9 | Ciclo de Reparação ou Evolução Letal

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graph LR A[Lesão capilar] --> B[Edema alveolar] B --> C{Macrófago alveolar M1} C -->|Clear.| D[Transição M2] D --> E[Remoção fibrina + apoptose PMN] E --> F[Restituição barreira] C -->|Excesso citocinas| G[Fibrose] G --> H[Hipóxia crônica / óbito]

Resolução depende da rápida viragem de M1 → M2; atraso mantém ambiente citotóxico e fibrótico.


Referências (seleção 2023-2025)

  1. Cho MS, Looney MR. StatPearls – TRALI Pathophysiology 2023. NCBI

  2. van der Velden S et al. Complement activation drives antibody-mediated TRALI via NETs. Blood 2024;143:79-91. PubMed

  3. Li Q et al. TRALI: from mechanistic insights to therapeutics. Adv Sci 2025;12:e13364. PMC

  4. Semple JW & Kapur R. Risk factors, management and prevention of TRALI. Transfus Med Rev 2023;37:70-83. PMC

  5. Pritchard RJ et al. Platelet-NET crosstalk worsens TRALI. Sci Transl Med 2024. Wiley Online Library


Essência: TRALI resulta da convergência de neutrófilos previamente “iscados” e um gatilho transfusional (anticorpos ou BRMs) que precipita lesão endotelial aguda. Complemento, plaquetas e NETs formam um “tripé” amplificador. A rápida interrupção da transfusão e suporte intensivo favorecem a trajetória de reparação; persistência dos estímulos imunoinflamatórios empurra o paciente para SDRA irreversível e morte.